16 de dezembro de 2011

Um possível final


Apenas um excerto de um projecto meu, um possível final do mesmo

A realidade atormentava-o, assim que ouvira as palavras mágicas, aquelas que como gotas de água fazem tempestades em simples copos de agua, viu o chão desaparecer sob os seus pés e lá do fundo, desse grande buraco, viam-se chamas e labaredas, gritos e lamúrias, conseguia sentir o calor a entrar-lhe no corpo, a raiva a apoderar-se dos músculos, a inveja a trocar-lhe os pensamentos e a angústia a agitar-lhe o coração. Até toda a água corporal pareceu subir-lhe às pupilas. Olhando seriamente pelo vidro da janela, a cabeça encostada dá-va lhe o único apoio possivel, a mão tremia com o telemóvel ainda a proliferar o eco oriundo da boca dela, as palavras mais fatigadoras e pesadas do mundo, que podiam ser pronunicadas naquele preciso momento, o jackpot milionária da infelicidade. Os olhos afogavam-se em lágrimas e ao mesmo tempo questionava-se porquê. A injustiça é pesada, mas esta triplicava, pensava ele que tinha lugar cativo no seu coração, ao que agora lhe parece ser um lugar cativo numa bóia, que com vento ou com a maré se move para dar lugar a outra, ele que sempre remara contra todas as intempéries e desanvenças, na esperança de voltar a ver o sol raiar sobre um mar calmo e sereno cheio de vida. Foram segundos de armagura e de miséria, apostara muito e saira bem a perder. Incrédulo com a resposta ainda acenou, “espero que sejas feliz, nada mais … interessa”.

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