28 de novembro de 2010

Wish you

Deito-me num sorriso e adormeço com a esperança
Esperança de te conseguir encontrar,
Encontrar-te na minha mente, esse sério desejo
Desejar-te ter como real
Realidade essa que não vejo.

Por isso anseio adormecer
Encontrar-te e rever-te
Por este meu labirinto de pensamentos
Com quem luto, e resisto
para que não te desvaneças
nesta minha mente.

E acordo, triste
mesmo tendo estado contigo
Indo o dia ainda virgem
não sei se voltaras as estar comigo


26 de novembro de 2010

Minha Capital

Melancólica, acolhedora, barulhenta. Mas sempre alegre. Quatro estilos por ano, quatro vezes que se transforma e se torna diferente e única.

Mas é no Outono quando mais gosto dela. É no Outono que se despe, é no Outono que se deixa penetrar e nela admirar o seu esplendor.

Cada traço cada retrato, vejo, cada gota e cada riacho com um detalhe loucamente apaixonante. Luzes e reflexos enevoados pelo seu odor. Cheiros e sabores caracterizados pelo seu esplendor.

Passeio por ela, corro por ela e saio com ela. De dia muito ocupada, só pensa em produzir, mas quando a noite cai, produz-se em si, cuida de si e toda ela passa a brilhar e a cintilar. Toda ela se deixa vangloriar.

Mas não é obra da Natureza e muito menos obra divina. É obra minha, é obra nossa, é obra humana.
Não há rapariga como tu, Lisboa veneziana.

28 de setembro de 2010

Invictus

Após alguma ausência, digo, o mundo permanece redondo.

Acredito e logo me arrependo.
Querer gostar de algo, e não puder tê-lo.
Não é fácil de compreender,
pois tão pouco eu entendo;
Talvez amanha acorde diferente, talvez me torne mais resistente.
E espero, voltar a ser aquele que ninguém conhece,
pois é esse quem mais me favorece.
E espero voltar a ver o sol raiar;
Sem lágrimas nos olhos,
para que me possa lembrar:
Que afinal,
Sou eu quem mais me quero,
Concretizar!

1 de setembro de 2010

Utopia

Sentado na mesa do bar, ouve o som de fundo da imensidão de estudantes na fila à espera do habitual lanche, sem o incomodar lê e-mails e passeia pelo facebook. O telemóvel toca, um tal número desconhecido, efectua o tal compasso de espera, pigarrea e atende.
"... Bom dia .... Sim é o próprio ... Ah, sim diga diga ..."
Enquanto discutia uma marcação para visitar um ginásio, do nada uma rapariga senta-se na cadeira em frente. Uma rapariga aparentemente vulgar, cabelos ondulados pelos ombros, olhos castanhos e um sinal na bochecha esquerda. Um rapariga invulgarmente linda. Sorriu-lhe. Pegou na caneta que ele sob a mesa, pegou num guardanapo e escreveu, "Olá". Pasmado continuou a conversa e acenou com os dedos "dois minutos".
"... sim sim ainda aqui estou ... então dê-me o número para o qual eu devo fazer a marcação ... 21 ... 763"
E enquanto ditava os números, fez um gesto pelos olhos para que a rapariga anota-se o número.
"217634456, obrigado e boa tarde."
Desligou, pousou o telemóvel e reparou que do outro lado do bar estavam duas raparigas muito atentas ao episódio. "Que raio se passa aqui, será alguma partida, nem sei que faça", pensou.
- Olá
- Agora sim, olá.
- Estou a ver que estás muito ocupado ...
- Tem dias, mas agora deixei de estar. Desculpa mas posso te ajudar, querias alguma coisa?
- Sim só queria alguém com quem conversar. Estás disponivel?
(Parou e pensou duas vezes antes de abrir a boca)
- Tens planos para o jantar? - rematou o rapaz,
- Nem por isso.
- É que eu preciso de alguém que me faça companhia, aceitas?
- Jantar onde?
- Onde te der mais jeito, anda dai, conversamos pelo caminho.

Fechou o portátil como se de um laboratório tratasse, arrumou tudo em três tempos. Levantaram-se e saíram. Enquanto saia lembrou-se do guardanapo, ao voltar para a rapariga olhou para a mesa das outras, e uma delas piscou-lhe o olho, como se tivesse ganho a aposta.

21 de março de 2010

Amore

Gostava de te ter,
Poder abraçar-te, sentir-te e
dar te arrepios, saber
que sim, que gostas da presença
de mim, de mais outra pessoa
que gosta de ti.

Vejo-te ao longe, e consigo sentir
o teu perfume, quando apenas
se vê tamanha beleza,
que irradia por si só sem que
algo se intrometa, entre
o meu olhar e a tua aparência.

Só de te ver fico contente,
não feliz, mas contente por saber
que por ai, ainda andam
raparigas, raparigas
merecidas de amor que
não se sabe já transmitir.

Raparigas de outrora
descritas por platónicos
que nos fazem deliciar
e sentir como eram,
amores platónicos,
utópicos e surreais,
um amor real.

Amor que por ser amor, mata e faz viver.
Destrói e constrói.
Nasce e faz renascer quem nunca o viu.

14 de março de 2010

A ti

Quanto tempo já passou e que a minha mente não se esqueceu, daquele momento tão bizarro que não o quero perder.
Lembro-me de te ver, mas não saber o que querer e
por isso corri rua abaixo com pânico de me reconheceres.
Ainda hoje penso na errada iniciativa que tomei,
talvez hoje ainda te tivesse, a lado meu e com corpo teu com almas partilhadas.
Mas desses tempos apenas sei o teu nome e a cor dos teus cabelos,
eras uma loira Inês aquela que me fez querer entrar todos os dias no ATL e nunca mais de lá sair.
Ainda hoje quando lá passo, ouço as vozes e vejo as correrias. Quem me dera puder ver mais, e lembrar-me dela mas nem tudo são alegrias.

Hoje gostava de te ver, e ver como reagirias, ver se também, o sentirias.

8 de março de 2010

Olissipo

Vejo-te além mar e além rio, formosa e bem erguida naquele que é o maior vale da minha terrinha.
Teu cérebro mata, mas ata, um escárnio a um amor que em ti vagueiam soltos e deambulantes, naqueles que sem ti, o teu fado um fátuo seria. .
Olham-se e sussurram.
Amam-se e matam-se.
Tu que não és das mais linda, mas das mais formosas. Que nem com tanta colina, se mareiam aqueles que por ti passam, toda em si airosa por um leito marujado.

Quando acordo,
Acordo em ti, bem encostado ao teu pulmão.
Ouço-te viver bem antes de alvorecer.
E entoaste ainda que por debaixo do sol, que nem as nuvens te param.
É essa altivez que me encanta.
Ao ver te assim Lisboa,
Que mal não se espanta?

15 de fevereiro de 2010

Post Valentine's

Tanto para escrever
e tão pouco para dizer,
tanta saudade tanto rancor
de outros tempos, os que foram
em que pensava serem de um grande amor.

Desejei-te quando menos te tinha
e amo-te quanto mais te tenho,
não comandasse o sonho a vida
não seria a vida aquilo que fomos,
e não mais interessa o que digam
Eu, para sempre amar-te ia!

Enamoro-te com estas palavras
como que se de carícias fossem
frases, vírgulas e até parábolas!
Escrevem-se sozinhas e com razão,
é tudo amor e não ilusão.

8 de fevereiro de 2010

Selecção Natural

Seria a selecção natural de Darwin exclusiva à evolução das espécies?
Nego, e opino sobre tal.

Não deverá ser o amor um sentimento mútuo?
Tal como já dizia o matrimónio sob a cruz, 'Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?'
Quem ama não trai? Ou quem trai não ama? Uma coisa é certa quem realmente ama, é fiel, independente da ocasião.
'Tanto na saúde e na doença' por vezes ama-se mais na doença do que na saúde. Por vezes a dificuldade em demonstrar o sentimento amoroso é tímido. E é em situações perto de um fim que se desmorona o muro e se dá união entre o céu e o inferno e a explicação de tudo seja um misticismo que apenas os dois percebem e que mesmo às vezes nem a morte os separa.
Então para duas pessoas se amarem tanto, não será óbvio que tenham que gostar uma da outra? Se não, não seria problema para ninguém ter uma relação, pois bastava unir duas pessoas, não interessando o sexo, não interessando nada. E não é assim. Já em pequenos, e digo pequenos da altura do infantário e da primária, chegamos mesmo a ter quatro namoradas. Mas nunca é a rapariga ou de óculos ou porque é isolada ou até mesmo porque tem mais namorados. Já em pequenos começamos a construir o nosso padrão, a rapariga que melhor se identifica connosco. Mais tarde descobrimos que o bem interior vai tendo mais influência do que a aparência externa. Mas continuamos a escolher!
Eu não conheço ninguém que não escolha ou seleccione, ou que não prefira em relação a outro/a. Na nossa cultura essa é uma acção inócua. Já noutras culturas, mal se nasce tem-se logo um pretende para o resto da vida! Cá não é assim e não funciona assim.
Há quem diga, quem muito escolhe pouco acerta. Mas não se trata de escolher um parceiro/a que está exposto na montra, trata-se de encontrar alguém que se define com essa pessoa. Uma das maneiras de o fazer e se calhar a melhor, é namorar muito. Claro que à partida é indiferente, mas quando a relação termina, significa que escolhemos dizer não. Nestas circunstâncias começam a conhecer e a perceber o que querem de uma relação, e o significado que essa relação varia de pessoa para pessoa. E quando encontrarem esse alguém, amar vai ser a melhor coisa para os dois.

É tudo uma questão de tempo, afinal de contas é tudo uma selecção natural.

19 de janeiro de 2010

Olhares

Acordara cedo, sem saber muito bem o motivo.
Mas depressa saberia que seria por um bom motivo. Um encontro. Digamos que não é propriamente às oito da manhã a hora ideal para se encontrar com alguém, dai que também não fosse um encontro propositado, mas deixemo-nos iludir.
Para lá da porta duas raparigas desconhecidas. Como qualquer outra pessoa faria desejei um bom dia e elas retribuíram da mesma forma. Apesar de serem de faculdades diferentes deviam ser amigas, pelo menos entre elas gelo não havia.

Ao sentar-me à mesa com elas, o meu olhar focou-se especialmente na rapariga que estava mais longe. Aparentava possuir beleza, mas o que mais me impressionou foi o seu olhar.
Uma cor de olhos de um leve castanho aprimorado com um sopro de verde escuro, luzidio de cristal. Eram como um rio de águas cristalinas cujo leito era todo ele de um aprazível âmbar.
Um olhar que sorria por ele próprio e propagava alegria e felicidade a quem o focasse. Um olhar que me fez ganhar o dia.

Do último olhar é tudo o que me recordo.
Talvez da próxima consiga mais que um simples olhar.

18 de janeiro de 2010

Ilusão

Sinto me só
mas acompanhado,
querer amar e
não ser amado.

Mas há quem me queira amar
alguém que só me quer bem,
se ao menos soubesse um nome
ou até um simples olhar.

Alguém que por me querer bem
permanece na omissão.
Pois bem ...
Se tudo isto é amor
nada disto é ilusão.

16 de janeiro de 2010

Nostalgia

Nostalgia ...
... aquele momento ...
... aquele instante ...
que agora ressinto e pressinto
mas que não vejo, nem sinto.
Cá dentro, uma mística sensação
que me faz sentir bem,
sentir alguém.

Nostálgico, a lembrança de velhos tempos,
de bons velhos tempos em que união parecia perfeita, uma harmonia singela, arguta e cortante, tão cortante que acabou mesmo por cortar laços e fitas de uma coalescência que parecia amorosa, que parecia inquebrável.

Agora que o encanto persiste e resiste, e que cuja magia se virou contra o feiticeiro, fez dele quem ele hoje é.
Aprendeu a amar-se, pois não há amor mais verdadeiro do que amar-se a ele próprio.

7 de janeiro de 2010

Esboços sobre o Amor

Haverá amor mais verdadeiro, do que uma simples amizade?
Ou será a amizade a pólvora do amor?

Um enredo de elogios,
Uma panóplia de sentimentos,
Um palco uma vida,
Uma peça um amor.

Quem assiste ridiculariza.
Quem o representa
não só o ensina,
como se perde
no seu papel,
na sua vida,
no seu amor.

Haverá melhor mundo do que este?
Haverá melhor sistema, em que a moeda de troca são palavras, actos, e loucuras, como um único resultado a harmonia entre dois?
Haverá melhor castigo, do que a dor?
A dor, irmã gémea da alegria, em que apenas o seu feitio é diferente.
Haverá melhor coisa que o amor?

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É algo bom,
algo bonito.
Mas é pesado,
quando só um o carrega
chega mesmo a ser insuportável
agonizante.
Partilhado é maravilhado!

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Chamou-lhe bonita, vezes sem conta.
Quando a deixa de a ver, chama-lhe qualquer outra coisa.
Foi amor ou foi paixão?
A meu ver, amor seria, se lhe dissesse:
Foste bonita,
És bonita,
e se contigo não ficar
bonita serás!
Porque a beleza é intemporal
mas não é impessoal.

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Andavam de mãos dadas,
mas o que era dado era o amor
ao invés do ...
outro partilhado,
outro sincero,
outro fiel,
o outro verdadeiro amor!