19 de dezembro de 2011

Das Flores

Flores que são flores, são algo muito natural. Flores são flores e são algo muito especial. Das cores e tamanhos, odores e aspectos, cada qual com a sua própria personalidade.
Não convém isola-las ou introduzi-las noutro meio, ou noutro outro grupo de flores bem distinto, simplesmente não se dão!
São todas diferentes, e todas especiais. Mesmo assim têm uma característica em comum, a água. É o que lhes dá a vida, a cor, o tamanho, o odor e o aspecto. Mas é preciso ter cuidado, moderação, podemos matar uma flor pela falta de água ou por lhe dar água a mais. São complexas, é complicado agradar a todas e quando lhes damos demasiada atenção esqueçemo-nos de nós, do nosso próprio bem estar, da nossa própria água.

16 de dezembro de 2011

Um possível final


Apenas um excerto de um projecto meu, um possível final do mesmo

A realidade atormentava-o, assim que ouvira as palavras mágicas, aquelas que como gotas de água fazem tempestades em simples copos de agua, viu o chão desaparecer sob os seus pés e lá do fundo, desse grande buraco, viam-se chamas e labaredas, gritos e lamúrias, conseguia sentir o calor a entrar-lhe no corpo, a raiva a apoderar-se dos músculos, a inveja a trocar-lhe os pensamentos e a angústia a agitar-lhe o coração. Até toda a água corporal pareceu subir-lhe às pupilas. Olhando seriamente pelo vidro da janela, a cabeça encostada dá-va lhe o único apoio possivel, a mão tremia com o telemóvel ainda a proliferar o eco oriundo da boca dela, as palavras mais fatigadoras e pesadas do mundo, que podiam ser pronunicadas naquele preciso momento, o jackpot milionária da infelicidade. Os olhos afogavam-se em lágrimas e ao mesmo tempo questionava-se porquê. A injustiça é pesada, mas esta triplicava, pensava ele que tinha lugar cativo no seu coração, ao que agora lhe parece ser um lugar cativo numa bóia, que com vento ou com a maré se move para dar lugar a outra, ele que sempre remara contra todas as intempéries e desanvenças, na esperança de voltar a ver o sol raiar sobre um mar calmo e sereno cheio de vida. Foram segundos de armagura e de miséria, apostara muito e saira bem a perder. Incrédulo com a resposta ainda acenou, “espero que sejas feliz, nada mais … interessa”.